por
Marcelo Costa
A internet matou a função do crítico, certo? Errado, embora alguns ainda acreditem que o crítico de arte, como o conhecíamos, está com os dias contados. Talvez, mas o mais provável é que ela adapte à era digital. O fato é que, num primeiro momento, a proliferação de blogs fez com que surgissem dezenas de milhares de pessoas dispostas a exercer a função de crítico (mesmo sem saber direito o que era ser um crítico). O rapaz vai ao cinema, vê o filme, volta para casa e escreve uma resenha. A garota ouve um disco e escreve uma resenha.
A função que antes era restrita a poucos profissionais que trabalhavam em jornais e revistas tornou-se popular da noite para o dia, e agora qualquer pessoa pode escrever um texto argumentativo analisando uma obra de arte, lembrando que a liberdade que a internet trouxe para quem quer expor opiniões é praticamente à mesma de quem poderá ler (e comentar/discutir) essas idéias. No geral, a qualidade da crítica encontrada na internet neste primeiro momento ficava entre o ruim e o razoável, embora fosse possível encontrar pequenas epopéias argumentativas que cumpriam melhor a função do que muito profissional da grande mídia. O cenário está mudando, no entanto. Muitos blogueiros que entraram na onda da crítica na web estão descobrindo que para brincar de ser crítico é preciso disciplina e dedicação, e o número de resenhistas de fim de semana parece diminuir – inversamente, a qualidade está aumentando. Pois após o boom da proliferação de blogs e críticos, em que todo mundo queria escrever (e escreveu), vivemos um momento de assentamento.
Ainda surgem novos espaços, mas a impressão é de que após um primeiro momento de desleixo textual, essa segunda leva de críticos de internet surge mais preocupada com a forma de se expressar, porque a função do crítico na era digital está muito mais próxima do leitor do que em qualquer outro período da história. Ele não está mais isolado. Por outro lado, ele está se adaptando ao novo mundo virtual, mas ainda é uma função ativa e de suma importância no mundo moderno. Pois na correria do dia-a-dia, muitos leitores necessitam de um filtro que o ajude a decifrar o oceano de informações que passa em sua frente ininterruptamente. Se tal filme é bom, qual exposição em cartaz vale à pena ir, qual disco ouvir entre os que são lançados todos os dias, qual peça de teatro ver entre tantas, que livro ler. Porém, mais do que um indicador de qualidade (como é comumente encontrado nas esquinas da internet), a função do crítico é refletir e contextualizar a obra de arte no espaço/tempo. Poucos fazem isso, mas apenas o fato de várias pessoas estarem usando a liberdade da internet para argumentar sobre a qualidade de uma obra de arte é uma conquista a ser festejada. A formatação dessa argumentação é o próximo passo. Ainda estamos engatinhando, mas estamos no caminho certo.
* Marcelo Costa é um leonino do segundo decanato com ascendente em touro apaixonado por cervejas belgas, cachaças mineiras, picanha ao ponto, mixto quente com salada e bacon, pipoca do Cinemark e tortinhas de morango.
Editor do Scream & Yell, coordenador de capa do iG, DJ eventual, cozinheiro de fim de semana e centroavante nos moldes do grande Geraldão. Escreve sobre romances e cultura pop.
A internet matou a função do crítico, certo? Errado, embora alguns ainda acreditem que o crítico de arte, como o conhecíamos, está com os dias contados. Talvez, mas o mais provável é que ela adapte à era digital. O fato é que, num primeiro momento, a proliferação de blogs fez com que surgissem dezenas de milhares de pessoas dispostas a exercer a função de crítico (mesmo sem saber direito o que era ser um crítico). O rapaz vai ao cinema, vê o filme, volta para casa e escreve uma resenha. A garota ouve um disco e escreve uma resenha.
A função que antes era restrita a poucos profissionais que trabalhavam em jornais e revistas tornou-se popular da noite para o dia, e agora qualquer pessoa pode escrever um texto argumentativo analisando uma obra de arte, lembrando que a liberdade que a internet trouxe para quem quer expor opiniões é praticamente à mesma de quem poderá ler (e comentar/discutir) essas idéias. No geral, a qualidade da crítica encontrada na internet neste primeiro momento ficava entre o ruim e o razoável, embora fosse possível encontrar pequenas epopéias argumentativas que cumpriam melhor a função do que muito profissional da grande mídia. O cenário está mudando, no entanto. Muitos blogueiros que entraram na onda da crítica na web estão descobrindo que para brincar de ser crítico é preciso disciplina e dedicação, e o número de resenhistas de fim de semana parece diminuir – inversamente, a qualidade está aumentando. Pois após o boom da proliferação de blogs e críticos, em que todo mundo queria escrever (e escreveu), vivemos um momento de assentamento.
Ainda surgem novos espaços, mas a impressão é de que após um primeiro momento de desleixo textual, essa segunda leva de críticos de internet surge mais preocupada com a forma de se expressar, porque a função do crítico na era digital está muito mais próxima do leitor do que em qualquer outro período da história. Ele não está mais isolado. Por outro lado, ele está se adaptando ao novo mundo virtual, mas ainda é uma função ativa e de suma importância no mundo moderno. Pois na correria do dia-a-dia, muitos leitores necessitam de um filtro que o ajude a decifrar o oceano de informações que passa em sua frente ininterruptamente. Se tal filme é bom, qual exposição em cartaz vale à pena ir, qual disco ouvir entre os que são lançados todos os dias, qual peça de teatro ver entre tantas, que livro ler. Porém, mais do que um indicador de qualidade (como é comumente encontrado nas esquinas da internet), a função do crítico é refletir e contextualizar a obra de arte no espaço/tempo. Poucos fazem isso, mas apenas o fato de várias pessoas estarem usando a liberdade da internet para argumentar sobre a qualidade de uma obra de arte é uma conquista a ser festejada. A formatação dessa argumentação é o próximo passo. Ainda estamos engatinhando, mas estamos no caminho certo.
* Marcelo Costa é um leonino do segundo decanato com ascendente em touro apaixonado por cervejas belgas, cachaças mineiras, picanha ao ponto, mixto quente com salada e bacon, pipoca do Cinemark e tortinhas de morango.
Editor do Scream & Yell, coordenador de capa do iG, DJ eventual, cozinheiro de fim de semana e centroavante nos moldes do grande Geraldão. Escreve sobre romances e cultura pop.
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