por
Pedro Penido
A audiência está cada vez mais perto, mais ativa, mais exigente. Cada vez mais em harmonia com o ambiente da informação quando se fala em Internet.
A possibilidade de varrer a rede para se inteirar dos fatos força a transparência maior de quem produz informação em relação a quem a consome, mesmo que ainda se possa ver um grupo de grandes empresas e corporações de mídia tentando nadar contra a maré.
As redes sociais potencializaram uma característica sempre presente na rede mundial de computadores: a participação, ou, ao menos, a possibilidade de participação.
Os fóruns e listas de discussão, desde os primórdios da Internet, já trabalhavam com novos modelos de disseminação de informação. Um dos pilares destes modelos é o alinhamento dos pontos emissores de discursos de maneira horizontal, ou seja, todos falam a partir dos mesmos parâmetros, estando subordinados às mesmas regras, exceto para fins de organização e moderação. Não há patamares que estipulem que tal grupo tem mais força e tal grupo menos força no desenvolver de suas mensagens.
Obviamente a estrutura dos fóruns e das listas oferece muitas opções para quem quer dar o seu recado, mas a organização deste conteúdo acaba criando a necessidade de níveis variados de moderação e controle. Novas propostas pulverizaram a moderação entre os participantes da conversa (os elementos componentes da estrutura informacional), descentralizando-a, como o faz o site SlashDot.net.
As redes sociais aproveitam este ambiente muito bem. Cabe aos seus desenvolvedores imaginar novas maneiras de dar voz ao público que buscam atingir. A gerência dos canais de comunicação, dos pontos de personalização, das opções de identificação (comunidades do Orkut, páginas do Facebook) e a estrutura de fazer a voz de um alcançar tantos outros.
Neste ambiente de novos falantes, novos emissores de conteúdo, novos agentes participantes na produção, moderação ou verificação da informação estão as grandes vigas que sustentam o sucesso das redes sociais.
Tal qual explicita seu nome, as redes sociais se multiplicam à medida que criam novas opções para o exercício de uma socialização mediada por computadores, mediada por aparatos tecnológicos que hoje tem um alcance até então inimaginável.
A necessidade de falar emana de quem se conecta à rede. As novas redes sociais abrangem esse universo quando oferecem os recursos para que cada um possa deixar seu recado, seja na velocidade da timeline, como no Twitter ou na integração de plataformas, como no Facebook.
E o jornalismo?
Antes estrategicamente localizado entre as fontes e a audiência, o Jornalismo agora encara novos desafios ao se inserir em um ambiente onde ele não tem mais peso na estrutura. Não existem patamares que o dêem um destaque natural.
O movimento dos blogs independentes, os “anônimos” que reúnem centenas de milhares de seguidores no Twitter, pessoas que exercem a comunicação em novos modelos, com novos métodos. Todos se misturam no ambiente onde o Jornalismo do século XXI precisa se inserir. E essa inserção demanda a compreensão da complexidade das relações em ambientes hipermidiáticos. Essa inserção exige a assimilação e a aplicação das novas tecnologias em desenvolvimento. Mas, muito além destas questões técnicas, precisa-se entender que a audiência tornou-se também produtora de conteúdo e começa a exercer o peso de sua influência na polarização dos discursos, na disseminação de informações e na reorganização das narrativas jornalísticas.
Nos moldes da Cartografia da Informação, o jornalista precisa também pensar e trabalhar a organização de múltiplas narrativas em linhas de leitura, trabalhando em conjunto com seu público prosumidor (produtor e consumidor de informações), na tarefa de dar sentido e forma ao caos informacional em explosão na Internet dos dias de hoje.
Veículos jornalísticos e jornalistas que se sustentarem nas velhas práticas do jornalismo pré-Hipermídia e pré-Social Media estão fadados a perder força em seus discursos e em sua própria presença online.
* Pedro Penido é jornalista e owner do Meio Digital
A possibilidade de varrer a rede para se inteirar dos fatos força a transparência maior de quem produz informação em relação a quem a consome, mesmo que ainda se possa ver um grupo de grandes empresas e corporações de mídia tentando nadar contra a maré.
As redes sociais potencializaram uma característica sempre presente na rede mundial de computadores: a participação, ou, ao menos, a possibilidade de participação.
Os fóruns e listas de discussão, desde os primórdios da Internet, já trabalhavam com novos modelos de disseminação de informação. Um dos pilares destes modelos é o alinhamento dos pontos emissores de discursos de maneira horizontal, ou seja, todos falam a partir dos mesmos parâmetros, estando subordinados às mesmas regras, exceto para fins de organização e moderação. Não há patamares que estipulem que tal grupo tem mais força e tal grupo menos força no desenvolver de suas mensagens.
Obviamente a estrutura dos fóruns e das listas oferece muitas opções para quem quer dar o seu recado, mas a organização deste conteúdo acaba criando a necessidade de níveis variados de moderação e controle. Novas propostas pulverizaram a moderação entre os participantes da conversa (os elementos componentes da estrutura informacional), descentralizando-a, como o faz o site SlashDot.net.
As redes sociais aproveitam este ambiente muito bem. Cabe aos seus desenvolvedores imaginar novas maneiras de dar voz ao público que buscam atingir. A gerência dos canais de comunicação, dos pontos de personalização, das opções de identificação (comunidades do Orkut, páginas do Facebook) e a estrutura de fazer a voz de um alcançar tantos outros.
Neste ambiente de novos falantes, novos emissores de conteúdo, novos agentes participantes na produção, moderação ou verificação da informação estão as grandes vigas que sustentam o sucesso das redes sociais.
Tal qual explicita seu nome, as redes sociais se multiplicam à medida que criam novas opções para o exercício de uma socialização mediada por computadores, mediada por aparatos tecnológicos que hoje tem um alcance até então inimaginável.
A necessidade de falar emana de quem se conecta à rede. As novas redes sociais abrangem esse universo quando oferecem os recursos para que cada um possa deixar seu recado, seja na velocidade da timeline, como no Twitter ou na integração de plataformas, como no Facebook.
E o jornalismo?
Antes estrategicamente localizado entre as fontes e a audiência, o Jornalismo agora encara novos desafios ao se inserir em um ambiente onde ele não tem mais peso na estrutura. Não existem patamares que o dêem um destaque natural.
O movimento dos blogs independentes, os “anônimos” que reúnem centenas de milhares de seguidores no Twitter, pessoas que exercem a comunicação em novos modelos, com novos métodos. Todos se misturam no ambiente onde o Jornalismo do século XXI precisa se inserir. E essa inserção demanda a compreensão da complexidade das relações em ambientes hipermidiáticos. Essa inserção exige a assimilação e a aplicação das novas tecnologias em desenvolvimento. Mas, muito além destas questões técnicas, precisa-se entender que a audiência tornou-se também produtora de conteúdo e começa a exercer o peso de sua influência na polarização dos discursos, na disseminação de informações e na reorganização das narrativas jornalísticas.
Nos moldes da Cartografia da Informação, o jornalista precisa também pensar e trabalhar a organização de múltiplas narrativas em linhas de leitura, trabalhando em conjunto com seu público prosumidor (produtor e consumidor de informações), na tarefa de dar sentido e forma ao caos informacional em explosão na Internet dos dias de hoje.
Veículos jornalísticos e jornalistas que se sustentarem nas velhas práticas do jornalismo pré-Hipermídia e pré-Social Media estão fadados a perder força em seus discursos e em sua própria presença online.
* Pedro Penido é jornalista e owner do Meio Digital
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