por
Marcelo Costa*
O fanzine, uma revista (magazine) feita por um fã, surgiu no começo do século 20 tratando primeiramente de quadrinhos e ficção cientifica, mas sua popularização se deu no auge do movimento punk, época em que alguns jovens encontraram na folha de papel em branco um espaço importante para conversar com o mundo. E começou assim: fanzines mimeografados sobre música, que usavam a colagem como ferramenta e a criatividade como forma de arte. Eram distribuídos em shows, em locais de interesse comum (lojas, feiras, praças) ou mesmo enviados por correio criando uma rede de contato que se fortaleceu com o passar dos anos devido à divulgação boca a boca.
Porém, apesar de ainda hoje existirem vários fanzines de papel, o modelo viu seu espaço amplificado com o surgimento da internet, no geral, e dos blogs, em particular. No começo do século 21, dezenas de webzines (fanzines de internet) tomaram a rede difundindo informação. Eram revistas eletrônicas tentando abraçar várias áreas da cultura. O cenário agora parece mudado. A quantidade de webzines diminuiu, e a de blogs temáticos aumentou. Os blogs, que começaram sua história como um diário pessoal de cada pessoa (que usava a página em branco do Word para falar de acontecimentos do dia-a-dia), passaram a ter um direcionamento, e assim como um fanzineiro, os blogueiros passaram a usar as novas ferramentas de blogs para se dedicar a um assunto especifico. A pessoa deixa de escrever de acontecimentos do dia-a-dia (ou até escreve, mas em menores fluxos) e se dedica a refletir alguma paixão sua – exercendo a função de fã. Assim surgem os blogs temáticos que, num olhar mais profundo, começam a ocupar o espaço que era do fanzine, ou melhor, passam a ser o novo fanzine.
Marcelo Costa*
O fanzine, uma revista (magazine) feita por um fã, surgiu no começo do século 20 tratando primeiramente de quadrinhos e ficção cientifica, mas sua popularização se deu no auge do movimento punk, época em que alguns jovens encontraram na folha de papel em branco um espaço importante para conversar com o mundo. E começou assim: fanzines mimeografados sobre música, que usavam a colagem como ferramenta e a criatividade como forma de arte. Eram distribuídos em shows, em locais de interesse comum (lojas, feiras, praças) ou mesmo enviados por correio criando uma rede de contato que se fortaleceu com o passar dos anos devido à divulgação boca a boca.
Porém, apesar de ainda hoje existirem vários fanzines de papel, o modelo viu seu espaço amplificado com o surgimento da internet, no geral, e dos blogs, em particular. No começo do século 21, dezenas de webzines (fanzines de internet) tomaram a rede difundindo informação. Eram revistas eletrônicas tentando abraçar várias áreas da cultura. O cenário agora parece mudado. A quantidade de webzines diminuiu, e a de blogs temáticos aumentou. Os blogs, que começaram sua história como um diário pessoal de cada pessoa (que usava a página em branco do Word para falar de acontecimentos do dia-a-dia), passaram a ter um direcionamento, e assim como um fanzineiro, os blogueiros passaram a usar as novas ferramentas de blogs para se dedicar a um assunto especifico. A pessoa deixa de escrever de acontecimentos do dia-a-dia (ou até escreve, mas em menores fluxos) e se dedica a refletir alguma paixão sua – exercendo a função de fã. Assim surgem os blogs temáticos que, num olhar mais profundo, começam a ocupar o espaço que era do fanzine, ou melhor, passam a ser o novo fanzine.
O site Scream Yell hoje
A pessoa usa aquele espaço para falar de algo que é fã, que admira. E na página em branco do Word começam a ser discutidas novas idéias, que podem abarcar o triunvirato da cultura jornalística (cinema, música, literatura), e se expandir para lugares sem nenhum controle. Uma pesquisa pelo Google pode nos dar uma pequena idéia da amplitude do alcance dos blogs: existem blogs dedicados à boneca Barbie, a moedas mundiais, a poesia parnasiana e a novelas mexicanas. Dezenas de blogueiros analisam corridas de automobilismo (com a Fórmula 1 sendo o tema da maioria, mas ainda há espaço para motos e outras categorias), quadrinhos, séries de TV, política (interessantíssimos em período de eleição), gastronomia (que além de receitas de pratos traz análises de restaurantes com boas dicas) e arquitetura. Três dos temas do momento parecem ser Moda, Cerveja e Viagens. A pessoa abre uma conta em um blog, por exemplo, para relatar suas experiências na Europa. É a folha em branco sendo usada como veiculo de comunicação com o mundo. Antes era uma folha em papel. Agora é uma folha numa tela de computador que assim que transposta para o blog coloca a pessoa em contato com o mundo. O correio foi e ainda é fundamental na divulgação do fanzine em papel, na comunicação entre leitor e fanzineiro. O blog, por sua vez, aproxima ainda mais o leitor do blogueiro (o novo fanzineiro) através da caixa de comentários, um espaço democrático usado tanto para críticas como para perguntas e/ou complementos ao assunto discutido. É uma nova realidade, uma nova forma de se comunicar. Ou, como diria uma antiga propaganda: o mundo a um toque do mouse. Mesmo.
* Marcelo Costa é um leonino do segundo decanato com ascendente em touro apaixonado por cervejas belgas, cachaças mineiras, picanha ao ponto, mixto quente com salada e bacon, pipoca do Cinemark e tortinhas de morango.
Editor do Scream & Yell, coordenador de capa do iG, DJ eventual, cozinheiro de fim de semana e centroavante nos moldes do grande Geraldão. Escreve sobre romances e cultura pop.
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