Foto por Phil campbell
por
Gilmar R. Silva
Notícias no celular, no painel do carro, no e-reader, no tablet, no vídeo-game portátil , em toda sorte de brinquedos e gadgets digitais .Informação disponível ao alcance do dedo indicador em qualquer lugar, nos cafés, na praça, no metrô, no campo, na praia, qualquer lugar.
Ok, esta ainda não é uma realidade brasileira, uma pesquisa recente, da consultoria Acision, apontou que apenas 3% dos brasileiros acessam redes sociais via telefones celulares. Mas acredito que em breve crescerá a exemplo da Europa, onde cerca de 13,7% dos internautas acessam as redes sociais pelo telefone, e dos Estados Unidos onde o número é ainda maior, chegando a 18,7% dos usuários. E a tendência independente da área do Globo é crescer cada vez mais.
O assunto é mobile, esqueça o papel, concentre-se nas telas digitais. Telas de diferentes formatos, tamanhos e tecnologias.Telas wide, verticais, circulares,telas que levaremos para todos os lugares. Telas médias (Ipad), pequenas (celulares), muito pequenas(relógios).Telas transparentes, touch-screen, "eye screen ", "movement sensitive" .
As mídias móveis ampliarão cada vez mais as maneiras como uma mesma notícia será apresentada. Características como a interação do receptor com o aparelho, o tamanho da tela, a velocidade de conexão e até mesmo a durabilidade das baterias terão de ser levadas em conta antes de uma publicação. O vídeo disponibilizado para um aparelho médio, a exemplo de um Ipad, será diferente do disponibilizado para um gadget menor, como um relógio. O tamanho de um texto para PC não se aplica a tela do celular. Assim como experimentos em 3D e Realidade Aumentada terão aplicações diferentes de acordo com cada plataforma.
Há pouco tempo pensava-se as mídias móveis, sobretudo os celulares, como uma plataforma propensa a atualizar a audiência quanto a serviços. Notícias breves e notas curtas como previsão do tempo, datas de campanhas de vacinação, índices da bolsa de valores, manchetes, curiosidades, placares de jogos de futebol, entre outros. Algo muito parecido com as legendas de canais de noticias como CNN, Band News, Bloomberg e RecordNews.
O jornal brasileiro o Estado de SP trabalhou recentemente em uma campanha de marketing três imagens, sendo elas, a de um jornal impresso, um computador e um celular.Abaixo de cada imagem lia-se respectivamente: amplie, questione e por fim atualize-se. O jornal pretendia com a campanha posicionar o jornal impresso como a melhor maneira de aprofundar-se nas notícias. A imagem do computador por sua vez trabalhava a idéia da web 2.0 , a troca entre o jornalista e o leitor, podendo este último interagir com o autor da matéria. Restava para o celular manter atualizado o leitor durante o dia, com notas curtas, cujo tamanho não ultrapassasse os caracteres de um sms.
No entanto smartphones e novas possibilidades como os Newsgames, a tecnologia 3G e investimentos em melhores navegadores para celulares já possibilitam uma navegação muito mais rica via celulares do que a simples a leitura de notas na tela dos mesmos.
E o futuro parece ser bastante promissor para as mídias móveis. Uma pesquisa realizada no final de 2009 pela Consultoria Morgan Stanley, apontou que num futuro próximo o mercado mobile será duas vezes maior que o mercado do desktop. Sendo assim existirá um novo mercado para os produtores de informação, e um novo mercado, constituído de mídias distintas, pedirá conteúdos diferentes, adaptados e alinhados as novas plataformas.
Considerando esse novo cenário será imprescindível ao jornalista entender que o receptor cada vez mais se portará de maneira agnóstica, isso porque acessaremos a internet ou qualquer outra rede que vier a ser criada ( é a web como a conhecemos também pode desaparecer), de diferentes plataformas e lugares. E entendendo esse novo comportamento do receptor, faz-se cada vez mais necessário a formação de profissionais que busquem otimizar a maneira como a notícias chegarão as pessoas.
Nick Bilton, designer, jornalista e pesquisador norte-americano, tem uma visão crítica a respeito dos sites de noticias e suas aplicabilidades nas mídias móveis. Para Bilton os atuais sites de notícias são “burros”.
A idéia do pesquisador parte do pressuposto que a maioria dos sites de notícias não sabe as nossas preferências nem o que acabamos de ler. Tão pouco as plataformas dos sites de noticia se comunicam.
Quando acessamos um site pelo celular na rua e depois voltamos a visitá-lo no mesmo dia no desktop de casa as notícias se repetem , isso porque o site, mesmo que tenhamos feito login nas duas visitas, não sabe quais notícias lemos, repete as mesmas matérias e manchetes, o que gera redundância.
Para Bilton falta integração e “inteligência” entre as plataformas. Uma vez que hoje existem tecnologias de geolocalização, GPS, sensores. Tais tecnologias aplicadas aos sites de notícias poderiam configurar uma nova maneira de como somos expostos as informações.
Um site inteligente identificaria a plataforma pela qual o acessamos, identificaria se o acesso está sendo realizado em trânsito ou parado, assim como gravaria na memória as noticias que lemos (nas quais já clicamos) modificando a home do site a cada nova visita do usuário.
O jornalista Tiago Dória em um artigo recente comentou como seria uma plataforma de noticias inteligente:
“Se eu estou num aeroporto, o site mobile deveria deixar em destaque notícias sobre voos e condições do tempo. Se eu estou em trânsito, o site deveria destacar mais notícias sobre tráfego e, quem sabe, ditar as notícias, já que estou com as mãos no volante e não posso ler.”
Temos então uma tendência se desenhando,uma tendência a espera de programadores e porque não jornalistas hackers que a coloquem em prática. Uma tendência na qual vale a pena apostar, principalmente no que se refere ao futuro do jornalismo nas mídias móveis.Fica o conselho, atenção aos sites de “conteúdo inteligente” defendidos por Bilton ou “plataformas inteligentes” como prefere Dória. Daqui pra frente será cada vez mais, preciso pensar conteúdo adaptado ao aparelho, à ocasião e à localização do usuário.
*Gilmar R. Silva é jornalista. Entusiasta da cultura pop, da cultura digital, da cultura livre e da cultura DIY(faça você mesmo).
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Gilmar R. Silva
Notícias no celular, no painel do carro, no e-reader, no tablet, no vídeo-game portátil , em toda sorte de brinquedos e gadgets digitais .Informação disponível ao alcance do dedo indicador em qualquer lugar, nos cafés, na praça, no metrô, no campo, na praia, qualquer lugar.
Ok, esta ainda não é uma realidade brasileira, uma pesquisa recente, da consultoria Acision, apontou que apenas 3% dos brasileiros acessam redes sociais via telefones celulares. Mas acredito que em breve crescerá a exemplo da Europa, onde cerca de 13,7% dos internautas acessam as redes sociais pelo telefone, e dos Estados Unidos onde o número é ainda maior, chegando a 18,7% dos usuários. E a tendência independente da área do Globo é crescer cada vez mais.
O assunto é mobile, esqueça o papel, concentre-se nas telas digitais. Telas de diferentes formatos, tamanhos e tecnologias.Telas wide, verticais, circulares,telas que levaremos para todos os lugares. Telas médias (Ipad), pequenas (celulares), muito pequenas(relógios).Telas transparentes, touch-screen, "eye screen ", "movement sensitive" .
As mídias móveis ampliarão cada vez mais as maneiras como uma mesma notícia será apresentada. Características como a interação do receptor com o aparelho, o tamanho da tela, a velocidade de conexão e até mesmo a durabilidade das baterias terão de ser levadas em conta antes de uma publicação. O vídeo disponibilizado para um aparelho médio, a exemplo de um Ipad, será diferente do disponibilizado para um gadget menor, como um relógio. O tamanho de um texto para PC não se aplica a tela do celular. Assim como experimentos em 3D e Realidade Aumentada terão aplicações diferentes de acordo com cada plataforma.
Há pouco tempo pensava-se as mídias móveis, sobretudo os celulares, como uma plataforma propensa a atualizar a audiência quanto a serviços. Notícias breves e notas curtas como previsão do tempo, datas de campanhas de vacinação, índices da bolsa de valores, manchetes, curiosidades, placares de jogos de futebol, entre outros. Algo muito parecido com as legendas de canais de noticias como CNN, Band News, Bloomberg e RecordNews.
O jornal brasileiro o Estado de SP trabalhou recentemente em uma campanha de marketing três imagens, sendo elas, a de um jornal impresso, um computador e um celular.Abaixo de cada imagem lia-se respectivamente: amplie, questione e por fim atualize-se. O jornal pretendia com a campanha posicionar o jornal impresso como a melhor maneira de aprofundar-se nas notícias. A imagem do computador por sua vez trabalhava a idéia da web 2.0 , a troca entre o jornalista e o leitor, podendo este último interagir com o autor da matéria. Restava para o celular manter atualizado o leitor durante o dia, com notas curtas, cujo tamanho não ultrapassasse os caracteres de um sms.
No entanto smartphones e novas possibilidades como os Newsgames, a tecnologia 3G e investimentos em melhores navegadores para celulares já possibilitam uma navegação muito mais rica via celulares do que a simples a leitura de notas na tela dos mesmos.
E o futuro parece ser bastante promissor para as mídias móveis. Uma pesquisa realizada no final de 2009 pela Consultoria Morgan Stanley, apontou que num futuro próximo o mercado mobile será duas vezes maior que o mercado do desktop. Sendo assim existirá um novo mercado para os produtores de informação, e um novo mercado, constituído de mídias distintas, pedirá conteúdos diferentes, adaptados e alinhados as novas plataformas.
Considerando esse novo cenário será imprescindível ao jornalista entender que o receptor cada vez mais se portará de maneira agnóstica, isso porque acessaremos a internet ou qualquer outra rede que vier a ser criada ( é a web como a conhecemos também pode desaparecer), de diferentes plataformas e lugares. E entendendo esse novo comportamento do receptor, faz-se cada vez mais necessário a formação de profissionais que busquem otimizar a maneira como a notícias chegarão as pessoas.
Nick Bilton, designer, jornalista e pesquisador norte-americano, tem uma visão crítica a respeito dos sites de noticias e suas aplicabilidades nas mídias móveis. Para Bilton os atuais sites de notícias são “burros”.
A idéia do pesquisador parte do pressuposto que a maioria dos sites de notícias não sabe as nossas preferências nem o que acabamos de ler. Tão pouco as plataformas dos sites de noticia se comunicam.
Quando acessamos um site pelo celular na rua e depois voltamos a visitá-lo no mesmo dia no desktop de casa as notícias se repetem , isso porque o site, mesmo que tenhamos feito login nas duas visitas, não sabe quais notícias lemos, repete as mesmas matérias e manchetes, o que gera redundância.
Para Bilton falta integração e “inteligência” entre as plataformas. Uma vez que hoje existem tecnologias de geolocalização, GPS, sensores. Tais tecnologias aplicadas aos sites de notícias poderiam configurar uma nova maneira de como somos expostos as informações.
Um site inteligente identificaria a plataforma pela qual o acessamos, identificaria se o acesso está sendo realizado em trânsito ou parado, assim como gravaria na memória as noticias que lemos (nas quais já clicamos) modificando a home do site a cada nova visita do usuário.
O jornalista Tiago Dória em um artigo recente comentou como seria uma plataforma de noticias inteligente:
“Se eu estou num aeroporto, o site mobile deveria deixar em destaque notícias sobre voos e condições do tempo. Se eu estou em trânsito, o site deveria destacar mais notícias sobre tráfego e, quem sabe, ditar as notícias, já que estou com as mãos no volante e não posso ler.”
Temos então uma tendência se desenhando,uma tendência a espera de programadores e porque não jornalistas hackers que a coloquem em prática. Uma tendência na qual vale a pena apostar, principalmente no que se refere ao futuro do jornalismo nas mídias móveis.Fica o conselho, atenção aos sites de “conteúdo inteligente” defendidos por Bilton ou “plataformas inteligentes” como prefere Dória. Daqui pra frente será cada vez mais, preciso pensar conteúdo adaptado ao aparelho, à ocasião e à localização do usuário.
*Gilmar R. Silva é jornalista. Entusiasta da cultura pop, da cultura digital, da cultura livre e da cultura DIY(faça você mesmo).
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