por
Helder Araújo
Na indústria da informação, o sucesso é maior quando se cria oportunidades para o sucesso dos outros.
Duas das maiores empresas de tecnologia, Microsoft e Apple, só alcançaram resultados extraordinários quando possibilitaram melhores negócios para outras pessoas. Bill Gates viu sua empresa faturar bilhões quando seu pacote Office permitiu que pequenas e médias empresas organizassem e trocassem melhor as suas informações, e isso o ajudou a se tornar o homem mais rico do mundo. Já a empresa de Steve Jobs decolou quando construiu uma plataforma online para venda de software de outros desenvolvedores. O sucesso de Jobs foi tão grande que dados recentes, de junho de 2010, apontam que o mesmo já distribuiu cerca de US$ 1Bilhão através do App Store, um modelo de negócios chamado “revenue share”, que divide os lucros das vendas da Applestore.
Os exemplos não param de surgir. Dois dos maiores sites da internet possibilitaram o surgimento de inúmeras outras empresas baseadas em seus produtos. O Facebook hoje funciona como uma plataforma para aplicativos sociais programados por outras empresas. Entre elas a Zynga, produtora dos jogos mafiawars e farmville, que conseguiu 240 milhões de usuários diários e US$200 milhões ainda no primeiro ano. A mesma abertura acontece no Twitter, que já é tão visitado através de aplicativos programados por terceiros quanto pelo seu próprio site. Twitterific, Tweetdeck e Tweetie contrariam os mais conservadores que ainda acreditam que o acesso ao site é o mais importante em uma estratégia web. Fica claro que existe uma cultura de cooperação na internet e que várias empresas estão ajudando umas as outras e com isso alcançam o seu próprio sucesso.
Esse jeito de pensar também se espalha pelo jornalismo. Existem por aí iniciativas que criam conteúdo que potencializam mensagens de outras pessoas ao mesmo tempo que promovem aquilo em que o jornalista acredita. Dois grandes exemplos chamam a atenção. O primeiro deles é o TED Conferences, uma serie de eventos sobre Tecnologia, Entrenimento e Design que acontece desde 1984. Chris Anderson, é seu curador desde 2001 quando abandonou a direção da Future Publishing, onde foi responsável por sucessos editoriais como Business 2.0 e IGN.com entre outras 130 revistas. Mas fama e dinheiro à parte, foi à frente do TED, mantido por sua fundação sem fins lucrativos, que conseguiu realizar seu sonho de espalhar boas práticas dando espaço para pessoas contarem suas idéias para o mundo. Seus videos já foram vistos mais de 300 milhões de vezes e traduzidos para mais de 75 idiomas. O TED estimula através de histórias, através exemplos.
Outro bom exemplo é o da Good Magazine, uma revista que não só sobrevive no mais instável mercado para o jornalismo, o dos Estados Unidos, como cresce e é lucrativa. Posicionada como uma revista para quem “dá a mínima”, que trabalha com o conceito de comunidade, em que os leitores se organizam para promover mudanças localmente. Entre as suas maiores façanhas, conseguiu convencer a Pepsi a direcionar US$ 20 milhões por ano da publicidade mais cara do mundo, dos intervalos do jogo final da liga de futebol americano (Super Bowl), para realizar idéias que possam melhorar a vida em comunidades. Qualquer pessoa pode participar e concorrer a prêmios de 50 a 250 mil dólares para realizar seus sonhos de ajudar os outros.
Bem, se seu sonho é ser jornalista, esta é uma realidade (trabalhar ajudando outros a viabilizarem suas idéias) que vale a pena viver.
*Helder Araújo é um empreendedor com foco em educação informal. Fundador da Webcitizen e responsável pelo primeiro TEDx no Brasil, hoje atua como CEO do Busk.com, uma rede social Brasileira de notícias, que possibilita as pessoas encontrar e colecionar conteúdo e recomendá-lo a seus amigos. Helder acredita que é com a troca de informação que nos aproximamos e, consequentemente, aprendemos.
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